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A história de um bocado de madeira que deu à costa depois de muitos anos no mar. Deu à costa na minha praia e dele fiz um molde para o qual soprei vidro. Enchi esta peça com a areia daquela praia e finalmente a forma e um bocado daquele sítio voltam a encontrar-se, sítio este que outra foi casa e por obra da vida ou do acaso perdi-me dela. Sou agora um navegante que não pertence a lado nenhum, nem sequer ao seu barco. Mas há coisas que têm casa e merecem viver nelas.

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